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Garotas estúpidas
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Simplesmente, Juliette

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De um salto de 4 mil para 31 milhões (e contando!) de seguidores em seis meses, Juliette Freire, a atual queridinha do Brasil, reflete sobre ser considerada um fenômeno nacional. E garante: “Eu não quero o lugar do alto, eu quero o meu lugar”.

Por Amábile Reis

A cada época, surge uma estrela que toma conta de tudo. Nos anos 50, tivemos Marilyn Monroe. Nos anos 90, todo mundo queria copiar o corte de cabelo de Jennifer Aniston. E, agora, em 2021, parece ser a vez de Juliette Freire brilhar.

São mais de 30 milhões de seguidores no Instagram. Para você entender a dimensão desse número gigantesco, é quase o dobro da população da Holanda. Em resumo: Juliette é um fenômeno. Ela entrou no Big Brother Brasil anônima e saiu conhecida pelo país inteiro – e, quiçá, também em outros lugares do globo. 

Como Midas para a mitologia grega, tudo o que ela toca vira ouro. Se Juliette canta uma música, a canção bomba nas plataformas de streaming. Se veste uma roupa, a peça esgota nas lojas. E assim sucessivamente. Tudo o que ela faz ou diz, as pessoas querem estar próximas. 

Então, a pergunta que não quer calar é: o que a fez estourar? Qual é a receita desse sucesso?

Eu não acho que eu tenha nada de extraordinário e diferente. Eu tive só coragem de ser eu“, respondeu em entrevista para o Garotas Estúpidas. A resposta é certeira. Afinal, em um momento em que todo mundo tenta ser igual a alguém, ser você mesma é, sim, uma mina de ouro. 

“Eu via isso antes na Internet. As pessoas estão acostumadas a um padrão e nós também exigimos ver esse padrão. Tanto que eu sou questionada por não postar o que eu como, não postar o que eu estou vestindo e etc. E eu não vejo sentido nisso. Se é mais do mesmo, não tem porque. Aí, se cada um for simplesmente o que é, vamos ter várias pessoas lindas com ideias lindas“, declarou.

Inclusive, a estratégia dela nas redes sociais é apenas mostrar coisas com que ela se conecta verdadeiramente: “Meu principal objetivo, que era o dinheiro, com o que tenho hoje, eu estou tranquila. Eu tenho um base, que é o suficiente para viver e ajudar minha família. O resto (como publicidades), é se eu me sentir conectada. Eu não vou me submeter a algo se não fizer sentido. Por nada. Nem por vaidade, nem por dinheiro.

E acrescentou: “Eu não quero ficar reproduzindo coisas automaticamente. Fazer por fazer, não. Eu quero dar sentido a isso aqui. Como é que eu posso dar sentido? Eu ainda não sei. Eu estou estudando para isso, O consumismo puro e desenfreado não faz sentido”. 

Quando você a conhece pessoalmente, fica ainda mais claro que Juliette não tenta – e nem nunca irá – se enquadrar em papéis limitantes. Chega a ser quase inexplicável a clareza que ela tem daquilo que quer e, mais importante, do que não quer, mesmo com a fama recente. Segundo ela, isso foi conquistado com muita análise, terapia e fé.

“Eu tenho um compromisso de ser real. Gostou? Agora, aguente”, brincou. Inclusive, se para muitos a maior conquista do Big Brother seria o prêmio de R $1,5 milhão, para ela, a vitória foi não ter perdido essa autenticidade e certeza de quem é. 

“Primeiro, eu queria o dinheiro. Falando friamente, queria o dinheiro para salvar e ajudar a minha família. Eu não queria ser famosa. Eu pensei que eu ia ser uma ex-BBB, passaria 6 meses fazendo presenças vips e tchau. Mas, o que eu queria como pessoa era não me perder de mim. Era passar por tudo, que eu sei que é uma experiência difícil, e passar por isso mantendo quem eu era. Tanto que eu deixei cartas e vídeos que eu fiz para mim mesma dizendo “eu sou isso, isso e isso e eu quero continuar igual quando sair do programa”. Não vale a pena ganhar o amor de todo mundo e se perder. Fazer qualquer coisa por isso, não vale a pena. Você vai ser amado, mas não vai se amar. Eu entrei com esse objetivo. Se fosse pra se perder, eu preferia sair, viver a minha vida, que só não tinha dinheiro, mas tinha todo resto” explicou.

E olha que, para quem assistiu ao programa, a sensação que ficou é que não foi uma tarefa fácil para Juliette manter-se firme nessas convicções. Afinal, durante os 100 dias de confinamento, boa parte dos colegas de reality show tentaram ofuscar a luz dela, desmoralizá-la e, de toda maneira, tentar transformá-la em outra pessoa. As tentativas não foram poucas, mas, por sorte, todas foram falhas. Quanto mais pedras arremessavam nela, mais forte ela ficava. 

“Eu já passei coisas horríveis e eu não tinha tempo de cair, eu tinha que resolver. Ou eu resolvia ou algo muito ruim aconteceria. Então, eu aprendi a não me desesperar, porque me desesperar é pior. Aprendi a não ter a quem recorrer, porque quem tinha que resolver era eu. Se depender de mim, eu tenho que fazer o melhor com o que está acontecendo. Foi assim a minha vida inteira, minha infância, minha adolescência, o episódio quando minha irmã morreu, quando minha mãe adoeceu, quando meus irmãos precisaram de mim. A vida me fez assim. Não tem escolha, é ser forte. Chora depois, quando você estiver sozinha”, pontuou.

Nem as situações mais graves, como a de xenofobia, foram capazes de abalá-la. “Autoestima tem que ser depositada em algo realmente seu. Porque aí você não vai perder. Pode acontecer qualquer coisa, mas se você tiver consciência de que você é guerreira, inteligente, forte, bonita por dentro, não vai ser uma barriga a mais, uma barriga a menos, um peito a mais, um peito a menos, que vai conseguir te desestabilizar. Minha autoestima não está na minha aparência, ela está na minha história. E isso ninguém vai conseguir tirar de mim”, pontuou.

No jogo, ela pode até ter lutado sozinha. Mas, fora dele, havia um exército de fãs, os Cactos, a esperando.. “Quando eu sai e as pessoas falavam ‘Você é um fenômeno’, eu percebi que eu estava sendo ouvida, as pessoas acreditaram em mim. Aí eu relaxei e lavei minha alma. Eu tinha muito medo de tudo o que estava acontecendo, de só eu estar enxergando o que eu estava fazendo, de tentar fazer algo melhor, de querer ser eu mesma e ajudar, ou de tentar resolver. Eu pensei que estava passando despercebido. Quando eu vi que todo mundo me ouviu e realmente gostou de mim, simplesmente por eu ser normal, eu ser eu mesma, aí eu só agradeci”, relatou.

E, sobre o motivo pelo qual essa legião de brasileiros se identificou com a personalidade dela, ela refletiu: “Dentro de mim, eu acredito que foi Deus. Mas, analisando por fora, além disso, eu acho que o período que a gente viveu da pandemia, que deixou as pessoas com ouvidos e corações abertos a ver melhor as situações. E também foi meu jeito mais engraçado, autêntico e despida de muita vaidade ou de querer interpretar e apenas querer viver e ajudar minha família”.

Ao perguntarmos o que significava atualmente para ela a palavra celebridade, ela respondeu na lata: “Eu acho que celebridade é uma pessoa que os outros admiram, que as pessoas se espelham e tem alguma coisa boa a acrescentar, dá esperança, sonhos. Eu acho que é tipo isso. Agora eu vejo de uma forma mais humanizada e menos romantizada”.

Se isso a ajudou no amor, já que está solteira, Juliette confessa que já beijou após o BBB21, mas não abre muitos detalhes de quem é o felizardo. “Assim, eu estou aí. Começando a mandar ‘oi, sumido’. Está caminhando muito bem. Estou fazendo uma lista. Estou aberta para inscrições. Eu estou quietinha nesse momento porque eu não posso sair beijando todo mundo por conta da pandemia. Anitta já me deu uns toques. Falou: ‘esse é o máximo, esse é mais ou menos’. Mostrei os que eu tinha vontade de ficar. Agora que eu estou famosa, eu tenho o sonho, né? Mesmo que não dê certo, eu quero ficar para dizer que eu fiquei”, brincou.

Agora, um medo real enfrentado por Juliette, nesse calor da fama, é o de ser endeusada pelos fãs. E, para isso, ela já deixa um recado: “Quero me colocar como humana, dizer que eu vou errar. As pessoas têm o hábito de endeusar e isso é uma forma de desumanizar e colocar você como algo que não erra, algo que é perfeito — e todo mundo tem vulnerabilidades. Eu tenho muitas, mostrei lá e continuo mostrando. Eu não quero o lugar do alto, eu quero o meu lugar. O meu lugar é o lugar humano, real. Vou errar,  vou falar besteira, mas vou tentar aprender e reparar se puder”. Que mensagem importante!

Essa é só a primeira parte do cordel de Juliette. A estrela dela continuará a reluzir por muito tempo. Como a própria pontuou: ela dá esperança, dá sonhos, tem coisas boas a acrescentar. Já estamos ansiosas para ver o que virá daqui para frente!

FICHA TÉCNICA:

Por: Nelize Dezzen
Fotos: Bruna Castanheira
Styling: Leandro Porto
Beleza: Henrique Martins
Texto: Amábile Reis
Tratamento de imagens: Bruno Rezende
Produção executiva: Juliana Rodrigues
Assistente de foto: Bia Garbieri, Marcio Marcolino e Nathalia Athayde
Assistente de beleza: Hélio da Franca
Assistente de Styling: Maria Antonia Valladares
Fotos realizadas na casa Joie Joá, no Rio de Janeiro

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